25/02/2010 2 comentários

O que me falta?

Solidão, é uma palavra tão bem acompanhada, tem até um“tio”entre eles, e ela representa um momento que todos nos passamos, as vezes fico pensando: será que o A da solidÃo mesmo estando acompanhado de todas essas letras, com um tio em cima dele... Será que ele se sente sozinho?

Há momentos na vida que mesmo estando rodeado de amigos, família, amores, oportunidades, nos sentimos sozinhos, um vazio sem explicação, é como se faltasse algo para nos completar, é quando você para pra pensar e vê que já você possui tudo que é preciso para sobreviver, pior quando você pega a vida dos outros para comparar com a sua e vê o quanto esta sendo mesquinho, vê o tamanho real do seu problema em relação ao outro.

Mas afinal, o que me falta? Paz? Alegria? Sorriso? Ser feliz?

Sempre corria atrás da paz, sempre a buscava nos becos mais silenciosos, quanto menos barulho eu ouvia, mais o cheiro da paz era forte, mas eu estava totalmente enganado, ela sempre esteve comigo, ela nasceu comigo, a culpa era minha de nunca ter dado uma chance para ela se manifestar, fazer parte do meu dia – dia. Nós somos a paz desejada, basta se dar uma chance.

Alegria, isso posso dizer que carrego no peito, por mais que as dificuldades insistem em bater na minha porta eu mando a alegria ir recepcioná-la. É o melhor remédio contra os males, males que te acompanharam a vida inteira. O bom humor é o segredo.

Foi com a minha timidez que eu aprendi a sorrir para tudo, logo depois do vermelhidão no rosto ele vem, de ponta a ponta. Mais foi com o passar do tempo que eu reparei que um bom dia acompanhado de um sorriso fica atraente, fica gratificante, fica mais intimo. Foi no desespero que aprendi a sorrir, a tristeza fica totalmente sem graça quando ela vê um sorriso, sinal de missão fracassada para ela.

E com tudo isso cheguei a conclusão que... SIM! eu sou feliz! Eu sou o A que completa qualquer palavra, eu sou o A da minha pAz. E não estou sozinho, acima mim tem um tio, que me faz ser a sílaba tônica da minha vida.


24/02/2010 1 comentários

My brother.

Ontem peguei meu irmão mais velho chorando, fiquei assustado, pelo fato de ter visto poucas vezes ele chorando, as lagrimas dele viraram nostalgia para mim, me lembrei da época de moleque, quando eu e ele apanhávamos de cinta do meu pai quando aprontávamos, ele quase nunca chorava.

Eu era um boca aberta, antes mesmo da cintada eu já estava chorando, falando que tava doendo, para! pelo amor de Deus... Ele sempre foi frio, às vezes disfarçava e dava risada, e depois da surra ele virava para mim e dizia, “só as menininhas que choram” e sai dando risada e pensando na próxima aventura com direto a cintada. E eu ficava no quarto pensando no que tinha me dito. E chorando.

Amo muito meu irmão, mas não o tenho como ídolo igual os outros irmãos mais novos, sempre quis ser o contrario dele. Ele sempre foi uma pessoa centrada, sério, trabalhador. Tenho poucas lembranças dele pedindo dinheiro para meu pai, ele fazia o que fosse preciso para não chegar a esse ponto. O ruim disso para mim era que meu pai o dava como exemplo e falava que eu deveria fazer o mesmo. Eu não!

Meu pai sempre me dizia que era para eu curti cada segundo da minha infância, pois ela ia se passaria rápido e jamais voltaria e eu sentiria falta dela, e como era possível ter uma infância e responsabilidade ao mesmo tempo? Bom eu não sei, tanto que eu vivia pedindo uns trocadinhos para ele.

Meu irmão, ele dava a cara para bater, entregava panfletos, carpia quintal, tirava entulho, quem o via acha que a nossa família estava passando fome, eu achava ridículo o que ele fazia, meus pais tinham orgulho. Eu tinha raiva, queria que ele fosse meu irmão de verdade, queria que ele me ensinasse fazer pipa, rodar pião, jogar bolinha de gude, que nada ele queria mesmo era ganhar dinheiro. E sempre sério, sem tempo para brincar.

Mesmo no auge dos meus 9 anos eu me perguntava: porque um moleque de 12 anos chamaria a responsabilidade tão cedo? E sem necessidade.

Eu nunca obtive essa resposta, mas tinha certeza que a infância lhe faria falta lá na frente, para mim a infância é tudo, e a melhor época da vida de uma pessoa, é lá que ela aprende a perde, ganhar, dividir, jogar dentro das regras, dar uns beijinhos, dar risada de coisas banais e ele não sabiam o que era isso. Coitado.

Dito e feito, com o passar do tempo aquele cara sério virou uma criança, uma criança preso dentro de um corpo de homem, ele tinha suas responsabilidades de homem, mas o empurra com a barriga, não quer nada com nada, não curte receber ordem, se acha superior ao demais, não aceita conselhos e sempre que pode tira onda com a cara dos outros.  Não o culpo, mas não o entendo.

Sei que ninguém bate mais forte que a vida, e vai ser ela que vai o colocar no trilho, mas independente do que for eu o amo. E sempre vou o amar.



19/02/2010 2 comentários

Meu mundo era meu quintal

Ontem estava lembrando da minha infância, de como tudo era mais fácil. Lembrei-me do portão marrom com um pedaço de arame na ponta, aquele arame era a certeza da minha mãe que eu não iria escapar. Eu olhava lá de baixo e ficava pensando no dia eu que eu iria alcançar a minha liberdade.

Eu passava horas observando o movimento da rua, era uma das coisas que eu mais gostava de fazer naquela idade. Lembro-me muito bem do pamonheiro passando e gritando: “olha o pamonheiro, barateiro, pamonha nova pelo preço velho” eu achava muito engraçado, sempre que eu o via, saia correndo chamar minha mãe, não para comprar, mas sim para ver as rimas do “Sr. Pamonheiro “, ela também o achava engraçado.

Naquela rua se passava de tudo, me lembro do “Ademir loko” meu pai sempre me dizia que ele trabalhava para o homem do saco, sempre que eu o via, saia correndo deixando meus brinquedos para trás e rezava para que ele também não alcançasse aquele arame. Ele se quer olhava para minha casa. Ainda bem.

Um dos grandes ápices da minha infância foi quando eu aprendi a subir na arvore, foi de lá de que eu percebi que o Ademir loko nem olhava para minha casa. Aquela arvore era meu playground, ela foi balanço, casa, esconderijo, cama, minha verdadeira sombra, passava mais tempo com ela do que com meu bonequinho do Chuck Norris.

Lembro-me também do espaço que eu tinha em casa, me sentia privilegiado, era um terreno de 25x30m, ali eu podia correr, pular, me sentia livre mesmo sem saber o que era liberdade, e o melhor de tudo, tinha terra, aquela terra bem marrom que minha mãe passava horas no tanque para tentar tirar das minhas roupas brancas. Coitada. Dia triste foi quando meu pai resolveu cimentar o quintal, lembro-me que chorei muito.

Outro dia assustador foi quando o muro que fazia sombra para o quintal resolveu despencar dos seus 15 metros de altura. Nunca tinha visto minha mãe e meu pai desesperado. Meu irmão mais velho tinha desaparecido, minha mãe com seu desespero tirava as pedras, entulhos com as unhas e gritos. Eu fiquei paralisado. Lembro-me muito bem que meu irmão chegou sem saber o que estava acontecendo e começou a ajudar minha mãe a tirar as pedras do muro desbarrancado, ela demorou cerca de 5 minutos para perceber que ele estava do lado dela, foi uma cena engraçada e trágica ao mesmo tempo, foi lindo ver ela abraçando ele, chorando e rindo em um borbulho de emoções. Ate hoje é uma historia que cotamos em roda de família.

O grande dia foi quando o os portões marrons se abriram para mim. Era meu primeiro dia no prézinho e o primeiro sem minha mãe por perto para me dizer o que era certo e o que era errado. Enfim liberdade. Mas a lembrança mais forte que tenho dessa época, era a vontade de voltar para meu mundinho, o meu quintal.



17/02/2010 2 comentários

1890

João era um senhor que vivia sozinho em uma casa triste, casa que ainda mantinha a arquitetura de 1890. Ele sempre dizia a sua esposa que o tempo poderia passar, mas suas lembranças seriam mantidas, pelo menos ate o dia de sua partida.
Sua vida não foi de grandes batalhas, vida pacata com metas traçadas pelo seu pai, era ele quem ditava as regras da vida, vivia lhe dizendo a seguinte frase:
“O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade." Então meu filho, trabalhe!
Texto do Voltaire, que, até aquele momento era uma frase sábia. Para ele.
O tédio foi à primeira coisa que devorou parte de sua vida, ele viu metade dela indo embora pelo ralo do galpão da produção onde trabalhou por 48 anos, e agora não tem direito a nada.
Sem percebe o trabalho tinha se tornado seu vicio, ate então esse vicio era camuflado no medo de sua família passar fome, sem percebe João trabalhou dia e noite, com sol e chuva e a vida passando.
A necessidade veio logo que ele percebeu o tédio que sua vida era e o vicio que ele se encontrava. Necessidade de viver, tarde demais. Seus filhos já nem moravam mais com ele, sua esposa no descanso eterno e João? Mantendo sua historia em pé. Com cimento, tijolos e solidão.
10/02/2010 3 comentários

A partida.

Foi no mês de junho que tudo aconteceu, era uma noite fria, típica noite de inverno europeu, noite boa para fica em casa e tomar um chocolate quente, assistir um filme ou ate mesmo dormi. Não para Felipe.

Após desligar seu celular, Felipe correu desesperadamente para sua casa, deixando a roda de amigos sem explicações, apenas saiu correndo, mesmo morando a mais de 18 anos na mesma rua, ele corria sem rumo, mas rápido. Correu em uma velocidade como nunca tivesse corrido antes, o que fez lembrar-se da época da escola quando ele corria apenas por diversão e fez lembrar quanto tempo que ele não corria.

Ao longo do caminho vários filmes se passaram pela cabeça confusa dele, de tudo que ele tinha aprendido com Ele, todas as conversas, dos aprendizados, do quanto Ele era importante, isso resultou em lagrimas e mais desespero. A cena começou ficar drástica, as poucas pessoas que estavam na rua olhavam para ele assustado e fazendo as pessoas pesarem no que poderia estar acontecendo.

A disposição já não era a mesma, entre as pausas para os soluços de seu desespero, ele tentava respirar para manter o ritmo, estava perto, faltava apenas uma quadra, já dava para avistar sua irmã no portão esperando por ele. Chorando.

Ao passar pelo portão, as lembranças começaram a sufocar seu coração, o desespero maior o esperava na porta de sua casa, ele sentia que algo iria mudar, e isso o assustava de tal forma que suas pernas tremiam diante daquela situação, os detalhes o fazia lembrar o primeiro dia Dele naquela casa e o quanto ele era irresponsável em deixar Ele chegar nessa situação.

Ao chegar em seu quarto ele estava lá, paralisado, imóvel, já sem nenhum sinal vital. Não tinha o que fazer a não ser comprar outro computador. Ele se foi.

Perdeu todos seus arquivos.

Lembranças apagadas.



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Sem direção

Em busca do equilíbrio entre a emoção e a razão

Sobrevivendo na selva de pedra sem nenhum arranhão

Eu vou aprender a viver, eu viver para aprender

Viver a rotina de uma ilusão, caminha sem direção


Para levantar a minha baixa alta estima

Viver assim é viver só

Quero a força que vem lá de cima

Bater mais forte que o sol.


Cantando minha musica que não tem refrão

Para acompanhar a rotina em qualquer direção

Eu vou dizer á você, tudo que vai acontecer

Vai viver a rotina de uma ilusão 

Caminha sem direção


Para levantar a minha baixa alta estima

Viver assim é viver só

Quero a força que vem lá de cima

Bater mais forte que o sol.




09/02/2010 3 comentários

Surpresa!

Era uma manha comum, pelo menos para Victor, todos em sua volta se preparando para embarcar com seus deveres, e Victor apenas observando, como se sua vida já estivesse encaminhada em seus 22 anos de pura curtição e sorte.

Ele nunca precisou fugir da realidade ou ate mesmo desabafar com alguém, nunca tinha ficado bêbado em sua vida, tinha tudo sobre controle. Vai ver que esse era o problema dele, não ter problemas.

Ate que em uma tarde calorosa ele foi pego de surpresa, seu patrão o chamou em sua sala, na cabeça dele era mais uma daquelas seções de elogios e gratidão, isso na cabeça dele. Surpreendentemente ele recebeu o aviso prévio.

Pela primeira vez Victor tinha um problema.

Ligou para o amigo...

Vamos beber hoje?


 

08/02/2010 3 comentários

Poeta eterno.

Depois de voltar da sua ultima viajem, Thiago encontrava se em prantos, novamente, ele não aceitava sua sina, viver o que já está pronto não era o que ele buscava, ele sempre soube que a vida é muito mais que dinheiro e metas capitalistas, ele queria e sabia que com suas poesias ele poderia mudar algo, semear as mentes obstruídas e perdidas no meio do caos da vida urbana, apenas descrevendo a sua visão e realidade.

Ele ate que levava uma vida pacata, procurando sempre viver em harmonia e em paz com sigo mesmo, mas ele tinha algo diferente, ele pensava, uma coisa totalmente inaceitável na sociedade alienada de hoje.

_ porque alguém em sã consciência iria pensar, refletir, escrever sobre algo? Pra que? Quem iria lhe dar atenção? Isso era o que eles pensavam.

 Esse era o fardo que ele sempre carregou desde cedo, só pelo simples fato de pensar, mas é nesse cenário de rejeição e aflição que ele se adaptava com suas escritas, foi de lá que saíram suas melhores poesias, era no meio da solidão que ele encontrava a melhor companhia, o silencio.

Foi no meio da solidão que ele aprendeu a ouvir o que o silencio tinha para dizer, muitos acreditam que ele apenas descrevia o que o silencio dizia nos seus ouvidos, mas na verdade ele aprendeu a ouvir o que sua alma gritava diante da decadência da humanidade, ao longo do tempo os gritos viraram sussurros, ele sentia a poesia, estava entrosado com sigo mesmo, atingiu o ápice da paz interior.

Suas poesias eram balanceadas, suaves, era um verdadeiro baile das letras, e ele debutava com sua alma em uma melodia instantânea em passos sincronizados ate o ponto final da poesia.

Passar esse êxtase a diante era o que ele mais desejava, desejava ate mais do que viver sua própria poesia, ele queria compartilhar com todos a verdadeira sensação da liberdade, pois ele tinha consciência que ninguém conhecia essa face, e sabia que a paz espiritual só viria se todos se libertassem da rotina e do cotidiano e descobrissem que a poesia pode ser sua companhia.

Em noites frias e secas, ela te abraçara.

 Nas dificuldades, ela será seu melhor refugio.

Nas alegrias, seu sorriso verdadeiro.

Nas solidões, a sua melhor companhia.

Nos abandonos, sua casa.

Essa é a companhia do poeta urbano, que estava apenas querendo passa para frente um verdadeiro sentimento.

Poderia dizer que ele é uma lenda entre os alienados, mas ele ainda habita no planeta poeticamente inabitável, sempre viajando, mas não nessa realidade.


05/02/2010 2 comentários

O que seria? (Glycerine)

Eu posso ser sim, mesmo que não 

Posso ser real e andar na contra mão

Sou tudo aquilo que não compensou

Eu sou um erro, um processo que falhou

 

Fora do trilho, vivendo sem ritmo

Buscando uma luta, batendo sem motivo

Não quero sua ajuda, não me iluda

A vida passa e ela sempre me empurra 

 

Às vezes fico comigo mesmo eu não penso...

O que seria?

Da minha vida

 

Agora sozinho, eu penso em vão

Me faça um favor, não me empreste a atenção

Busquei meu valor, paguei o que não tinha

Moedas altas, dei tudo o que valia

 

Sentidos dormentes e eu sem razão

Estou um passo a frente, a frente do perdão

Mesmo sozinho fico a pensar

Em varias maneiras de desabafar

 

Às vezes fico comigo mesmo, eu não penso...

O que seria?

Da minha vida



03/02/2010 2 comentários

Leda

Entre sopros ofegantes uma brisa temporária

Envolvo-me em uma curta fantasia

Procuro sentidos não encontrados

Perto da minha euforia

 

Enrolando a felicidade em salivas desconhecida

E nelas que às vezes me encontro

Sempre aperto bem a saída

Para encontrar o que me proponho

 

É em um labirinto conhecido

Que eu me perco em meus sentidos

 

É na ponta que se esconde o verdadeiro medo

Promovendo o encontro do acaso e do desejo

Anestesiando a rotina em sentidos já dormentes

Passeando pelo meu corpo, alma e mente.



02/02/2010 1 comentários

Desabafo!

Eu não sei escrever tio

Eu sou apenas um semi analfabeto

Que completou o 3º colegial no supletivo

O que eu leio é jornal e quanto mais eu leio menos eu quero ler.

Só desgraça

Não vejo graça

Prefiro ser mais um burro que não sabe ler nem escrever 

Do que saber ler e não saber dar um sorriso

É por isso que eu fujo

É por isso que me entorpeço

(Matheus)




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Fracasso

Após pensamentos, resenhas, sonhos, pesadelos e bastante baba no meu travesseiro, eu acordei muito aliviado, com a mente em branco, acordei de bem comigo mesmo. Logo depois dos braços esticados e um longo bocejo pensei... “vou marca esse dia com um texto”, mas não vai ser qualquer textinho, vai ser “O texto” palavras que descrevam exatamente como estou de bem comigo mesmo, ate porque é de fato um dia histórico. (para mim)
Sentei em frente ao computador, abri a pasta de musicas do Radiohead, automaticamente a seta do mouse selecionou a musica “creep” e já colocou no “repete” (não sei explicar o porquê, mais essa musica domina minha mente) e para completar as ferramentas de um bom texto abri um arquivo no Word, pronto, tinha tudo que precisava! Opa!, Me esqueci do velho e bom companheiro, o copo com café, agora sim estou pronto, só falta um assunto, um assunto que possa ser a porta para eu poder descrever minha alegria em estar alegre sem motivo.
A musica de fundo rasgava meu cérebro de tal forma que bloqueava meus pensamentos, não entrava nada, então resolvi busca inspiração em outros pensamentos.
Abri a pagina de poesias do Thiago Kaza li algumas de suas viagens mentais e nesse mesmo embalo cabei parando na pagina do Renato Mourato, suas historias, fabulas e observações ainda não era o que eu buscava nesse dia especial, abri meus favoritos e encontrei um blog com as crônicas do Arnaldo Jabor, li duas (eu acho) e mesmo assim aquela paz que dominava meu dia ainda estava em branco, eu queria a qualquer custo transformar aquela tranqüilidade em letras, mas a imensidão da felicidade era maior.
Aquela tela em branco começou a me dar desespero, e o que eu buscava era uma coisa simples, eu só queria um bilhete da mega sena premiado e um tema para descrever toda aquela alegria, que por sinal já estava se despedindo para a troca de turno com o stress.
Não é possível, eu estava feliz e não conseguia transmitir, resolvi trocar de musica, continuei no Radiohead, mas agora com “Fake Plastic Trees” por mais que as letras sejam parecidas “FPT” abria um vazio maior na minha cabeça, voltei no “Creep”.
Resolvi analisar o dia anterior a essa felicidade, vai ver que o motivo desse dia de paz esteja la. Pensei, lembrei, relembrei e nada, depois de fracassar na tentativa de passar a diante o que eu sentia, resolvi desliga tudo e curti minha felicidade inexplicável, ate porque eu não sei quando ela vai me visitar de novo.


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adiV

Não tenho manto
Não tenho dono
Não tenho marcas
Eu não tenho nada.

Tenho uma rotina
Uma família
Um queijo e uma faca
Eu to na estrada

Um olho no chão, outro logo em frente
Não posso tropeçar muito menos perde a razão a tudo aquilo que se sente

Meu Cristo levo no peito
E meus pecados nunca me esqueço
Tenho tudo que preciso

Paz, rotina e um pouco de juízo.


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Sorrisos de plástico

Digam x, se abracem por um momento
Sinta a brisa, o vento

Digam x para o flash da ilusão que pára o tempo
Num futuro que não pára de chegar.

Digam x, fiquem juntos por mais algum segundos
Digam x, vamos, sorriam todos juntos
Vamos brincar de ser feliz em apenas um “click”

Não vivem, funcionam
Não morram, desliguem se
Não parem, fique em stand by
Após o click podem voltar ao seu lugar

Levam uma vida que oprimem a vida
Tentam entender o que não tem resposta
Fazem mal a si mesmo
Peguem uma maquina e digam x


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Passado, futuro e um desejo.

Não vou me render ao seu ponto de vista
Mesmo sabendo que meus pensamentos já foram seus um dia
Toda noite invadindo meus sonhos
Em um futuro que nem existiu
Agora são apenas lembranças em noites febris

Mesmo vivendo em mundos distantes
Parece que estamos mais unidos do que antes
Unidos pela utopia de um beijo
Passado, futuro e um desejo

Sempre tento fugir da minha monotonia
Se esquivando de pensamentos seus que vem todo dia
Estamos perdidos juntos, nos procurando lado a lado
O que nos uni hoje são os pensamentos e nossos lábios

Mesmo vivendo em mundos distantes
Parece que estamos mais unidos do que antes
Unidos pela utopia de um beijo
Passado, futuro e um desejo.


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Megafone dos anjos

É do alto que se tem a melhor visão sobre um todo
É do alto que vejo a grande corrida dos perdidos
É do alto que eu vejo o tempo na frente da vida
Correm por correr, sem saber se há um topo.

É do alto que eu me desespero
É do alto que fico de mãos atadas
É do alto da liberdade que vejo todos perdidos
Vivendo por viver sem saborear o tempo.

Mesmo com a presença do poeta da esperança
Vejo que eles não sentem muita confiança
Não percebem que o instrumento divino esta presente
Eles não se acham capazes de viver o que sentem.

É do alto do desespero que eles se perdem
É do alto da insanidade que eles se entorpecem
Acham que o mundo não merece a sua lucidez.


 
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